segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

UM POEMA DE DANIELE SAMPAIO*


ACABAR

Escrever poesias sempre me traz constrangimento.
Me sinto cumprindo regras
e assim transgredindo a minha lei própria de liberdade:
Liberdade de sentir.
Dois quartetos, dois tercetos, rimas.
A beleza não está na forma.
O que sinto não vem com forma, não vem com rimas.
O que sinto vem confuso. Não sei se é belo. Belo é sentir.
O momento surge,
tenho ânsia
de cobrir a linha de emoções sentidas, acabar com a linha
como a pólvora corre queimando quando é atiçada.
Escrever é necessidade do instante,
não ligo para formas.
Porque o que sinto é imprevisível e rápido,
como pólvora que queima.
Queimo as palavras para chegar ao fim.
Gosto do fim. Depois do fim nada acaba!
O que sinto não acaba...
A pólvora queima, deixando palavras sem forma como rastro.
*Francisca Daniele Moreira Sampaio nasceu na Granja,
Ceará, aos 13 de julho de 1986. Foi escoteira e música da bandinha municipal da Granja.
Atualmente mora em Sobral, onde cursa Física na Universidade
Estadual Vale do Acaraú – UVA.

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