sexta-feira, 3 de abril de 2009

UM POEMA DE ANTÔNIO EVARISTO*


QUEM SOU EU?

Eu não sou o que vês constantemente
Nesta rotina de mediocridade.
Eu sou outro, bem sei, sou diferente,
Ninguém jamais me viu a identidade.

Porque não sou um só. Sou vários eus:
O que sonha, o que ri , o que blasfema...
Eu sou aquele que não crê em Deus
E o outro que O exalta num poema.

Sou bruto qual o homem das cavernas
E terno e meigo como um passarinho.
Creio que as coisas todas são eternas...
Depois, em nada creio. Sou mesquinho.

Quem sou eu, afinal? Qual o meu nome?
Nem eu nem tu jamais responderemos.
Esta pergunta enorme nos consome...
Eu sou milhões de EUS... não morreremos.


*Este belo poema é de Antônio Evaristo da Paz Sá, granjense,
residente no Rio de Janeiro.

A pintura acima é "Operários" - Tarsila do Amaral


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