domingo, 30 de agosto de 2009

SAI 3ª EDIÇÃO DE DOLENTES - ALELUIA!


       Enfim, depois de várias promessas, DOLENTES, do poeta granjense Lívio Barreto, é reeditado.
A 1ª edição deu-se em 1897, pelo amigo do poeta Waldemiro Cavalcânti, que a fez atendendo a um modesto pedido seu:

        “O meu livro não tem prólogo e não tenho bem a quem me dirigir pedindo-o, senão a V., que pode com franqueza dizer o que ele vale; assim peço-lhe que continue a sua penitência apresentando esse pobre defeituoso à vida que o espera. A mim e a ele honrarão sobremaneira quaisquer palavras que haja de escrever em suas primeiras páginas. "


        A 2ª edição aconteceu em 1970, comemorativa dos 100 anos de nascimento do poeta, pela Secretaria de Cultura e desporto do Ceará.
Em 1995 - centenário de morte do iluminado simbolista granjense - frustrando várias espectativas, nada aconteceu. Nada.
         Só agora, em 2009, sai a tão esperada 3ª edição de Dolentes, pela Secretaria de Cultura do Ceará. Boa, porém com algumas falhas gráficas, e ainda queremos resgistrar aqui uma outra falha, que ainda poderá ser corrigida: sendo o berço do ilustre cearense, a Granja deveria ter sido contemplada com uma substanciosa partida de exemplares do livro. A Biblioteca Pública do Município recebeu apenas 2 exemplares da obra. Isso é muito pouco. Dois mil livros seriam o ideal para que se fizesse uma boa divulgação da importante obra de Lívio Barreto.
            De qualquer forma, estamos de parabéns, pelo fato da reedição.

Para conhecer, na íntegra, a vida e obra de Lívio Barreto,
entre no endereço abaixo:




domingo, 16 de agosto de 2009

ARTESÃO DE SI - LIVRO DE LIRA DUTRA

Adicionar legenda
No dia 18 de julho de 2009, o Instituto José Xavier, Granja-CE, publicou o livro de poemas ARTESÃO DE SI, de José Lira Dutra.
É uma bela coletânea em que o autor utiliza a poesia como um instrumento de transformação social e como uma sonora lira com que canta o amor à terra natal.
Com textos concisos e quase sempre abstratos, o Artesão de Si nos surpreende, a cada página, com flagrantes do belo fundido e confundido à margem da marcha existencial, colhido apenas por olho de artista, de quem sabe ver/viver/reviver.
O título - Artesão de Si - está profundamente relacionado à profissão de ourives do autor, mas também revela a consciência e a modéstia de quem está se construindo, se modelando, se lapidando... Um bom título!

O poeta avisa, na apresentação do livro, que "Se o(a) leitor(a) busca o lirismo, a métrica ou algo próximo, tenha por certo o desapontamento." Entretanto, podemos encontrar na obra belos poemas de suaves lirismos, como este que segue:

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ÚL TIMA NOITE DE MARÇO

Hoje a noite está bela, mais bela que outras passadas noites
O céu vago de estrelas tem cheiro de terra molhada
As estrelas estão de portas batidas, enroladas na rede
celestial, sonhando ao canto da chuva que desfia inclinada
pela leveza da brisa que vem do rio Coreaú.
As luzes e a chuva e o céu sem lua alegram a Vereador
Inácio Barcelos com tons amarelados. Eu gosto do amarelo.
Eu gosto da chuva. Eu gosto do céu sem lua. Eu gosto da
rua Vereador Inácio Barcelos com chuva mansa cantando
no telhado.

Enquanto afogo os pés nas tímidas correntes formadas na
rua
Enquanto navego planos em barquinhos de papel
na chuva desfiada do céu sem lua
Pessoas correm, disputam morada em guarda-chuva
Parecem não querer os tons amarelados da noite
Bela perfumada de mormaço
da última
chuva
de
março.

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Artesão de Si é uma boa opção de
leitura. É só ir ao IJX e adquirir a obra.
PARABÉNS, LIRA, PELA ESTREIA NO MUNDO DAS
LETRAS.