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No dia 18 de julho de 2009, o Instituto José Xavier, Granja-CE, publicou o livro de poemas ARTESÃO DE SI, de José Lira Dutra.
É uma bela coletânea em que o autor utiliza a poesia como um instrumento de transformação social e como uma sonora lira com que canta o amor à terra natal.
Com textos concisos e quase sempre abstratos, o Artesão de Si nos surpreende, a cada página, com flagrantes do belo fundido e confundido à margem da marcha existencial, colhido apenas por olho de artista, de quem sabe ver/viver/reviver.
O título - Artesão de Si - está profundamente relacionado à profissão de ourives do autor, mas também revela a consciência e a modéstia de quem está se construindo, se modelando, se lapidando... Um bom título!
O poeta avisa, na apresentação do livro, que "Se o(a) leitor(a) busca o lirismo, a métrica ou algo próximo, tenha por certo o desapontamento." Entretanto, podemos encontrar na obra belos poemas de suaves lirismos, como este que segue:
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ÚL TIMA NOITE DE MARÇO
Hoje a noite está bela, mais bela que outras passadas noites
O céu vago de estrelas tem cheiro de terra molhada
As estrelas estão de portas batidas, enroladas na rede
celestial, sonhando ao canto da chuva que desfia inclinada
pela leveza da brisa que vem do rio Coreaú.
As luzes e a chuva e o céu sem lua alegram a Vereador
Inácio Barcelos com tons amarelados. Eu gosto do amarelo.
Eu gosto da chuva. Eu gosto do céu sem lua. Eu gosto da
rua Vereador Inácio Barcelos com chuva mansa cantando
no telhado.
Enquanto afogo os pés nas tímidas correntes formadas na
rua
Enquanto navego planos em barquinhos de papel
na chuva desfiada do céu sem lua
Pessoas correm, disputam morada em guarda-chuva
Parecem não querer os tons amarelados da noite
Bela perfumada de mormaço
da última
chuva
de
março.
Hoje a noite está bela, mais bela que outras passadas noites
O céu vago de estrelas tem cheiro de terra molhada
As estrelas estão de portas batidas, enroladas na rede
celestial, sonhando ao canto da chuva que desfia inclinada
pela leveza da brisa que vem do rio Coreaú.
As luzes e a chuva e o céu sem lua alegram a Vereador
Inácio Barcelos com tons amarelados. Eu gosto do amarelo.
Eu gosto da chuva. Eu gosto do céu sem lua. Eu gosto da
rua Vereador Inácio Barcelos com chuva mansa cantando
no telhado.
Enquanto afogo os pés nas tímidas correntes formadas na
rua
Enquanto navego planos em barquinhos de papel
na chuva desfiada do céu sem lua
Pessoas correm, disputam morada em guarda-chuva
Parecem não querer os tons amarelados da noite
Bela perfumada de mormaço
da última
chuva
de
março.
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Artesão de Si é uma boa opção de
leitura. É só ir ao IJX e adquirir a obra.PARABÉNS, LIRA, PELA ESTREIA NO MUNDO DAS
LETRAS.
Parabéns Poeta Lira Dutra, você vai longe! Granja é um berço da cultura Cearense, poetas ilustres e anônimos, querendo aflorar.
ResponderExcluirParabéns ao támbem poeta e escritor, Pedro Magalhães, por seu blog!